Em pronunciamento na Tribuna Popular da Câmara de Ubatuba na sessão da última terça feira (24/10), o professor aposentado Rui Grilo falou da preocupação de donos de quiosques e comerciantes da praia do Perequê Açu, uma das mais populares da cidade, com as constantes exibições de bandeira vermelha pela Cetesb no local, apresentando as águas da praia como impróprias para banho, algo incomum ali.
Grilo diz que “a praia sempre ostentou bandeira verde e agora tem registrado vários fins de semana com águas impróprias para banho. No ano passado ficou quase o ano inteiro com bandeira vermelha. Se continuarmos nessa situação, os danos aos moradores, aos comerciantes e turistas serão grandes”, enfatizou.
“Todos sabemos que Ubatuba é complicada nessa questão de emprego: além das pousadas, restaurantes e hotéis, também os quiosques são uma oportunidade. Cada quiosque deve empregar pelo menos cinco pessoas cada um. Se passarmos a conviver com praia imprópria para banho vai complicar ainda mais”, argumentou o empresário.
Aulas de surf da escolinha do Perequê-Açu têm sido suspensas devido a balneabilidade da praia. Também banhistas, atletas que fazem esportes na água, como canoagem e surf ou saídas de barcos de passeio ficam prejudicados.
Associação discute o problema
Grilo é o presidente da Associação de Moradores do Perequê Açu (AMPA) e a entidade vem discutindo o problema concluindo que a situação da praia não se compara com a vivida pelas praias do centro (Itaguá, Iperoig ou Cruzeiro), que recebem dejetos do rio Grande, Tavares e Acaraú, que levam toda sua poluição para o mar. “No Perequê Açu só temos o Indaiá, o maior, e outros pequenos afluentes ali pela Usina Velha, Angelim”.
Para o professor, o bairro se sente “vítima de má administração que vem de muito tempo. A questão do saneamento é questão do Poder Público. Ubatuba vive um adensamento com grande número de novas construções, por onde passa o rio Indaiá”.
“A própria Sabesp tinha posto de inspeção na praia, onde ela jogava cloro que usava para fazer limpeza em estação de tratamento. A Sabesp, que seria a responsável pela limpeza dos rios e tratamento de esgoto, é nossa madrasta. Que a Câmara se esforce por cobrar a Sabesp. O investimento previsto não vai contemplar o Angelim e Taquaral”, concluiu.
Grileiros ameaçam vereadores
Em resposta ao professor, o vereador Rogério Frediani diz que os vereadores, ele incluso, sempre batalharam por regularizações em vários núcleos ou bairros como no Corcovado, o Angelim principalmente na pessoa do vereador Jorginho. No entanto, prosseguiu, “isso vem gerando ameaças e perseguições por parte de grileiros que têm aberto ações contra os parlamentares,” denunciou.
“Nós acabamos investigados por um grileiro que veio aqui com mais de 50 mandados judiciais para investigações, busca e apreensão. Nesta terça-feira (24/10), a Polícia Federal esteve em Ubatuba cumprindo uma série de mandatos desse tipo”, lembrou Frediani. “Aí você não sabe se vai prum lado ou vai pro outro, com a polícia no meio”.
O vereador elogiou as ações da Sabesp, mencionando as obras da avenida Iperoig “tão criticadas, mas a Sabesp participa com 60% do material ali utilizado, os bloquetes e o restante é fonte um da Prefeitura (IPTU).”
Frediani informou que a Sabesp está investindo R$ 24 milhões nas áreas, visando ampliar coleta de esgoto no Perequê Açu, para que o esgoto do bairro seja de fato coletado. Do contrário, a tubulação teria que passar pela rodovia, pagando taxas pro DNIT e DER”, explicou.
Frediani justificou os problemas e atrasos com a obra por peculiaridades de terreno em Ubatuba, onde se cava um buraco para tubulação e a areia fecha. “É diferente de um saneamento em terra vermelha que não fecha. Aqui tem que ter estaqueamento. Tudo aumenta custos. São R$ 525 milhões que serão investidos até 2025”, concluiu.
Fonte: Câmara de Ubatuba
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