domingo, 28 de janeiro de 2024

Ruína na praia da Lagoa em Ubatuba pode ficar submersa com mudanças climáticas

 

    Artigo publicado na Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica “Vestígios” analisa o caso da Ruína da Fazenda na Praia da Lagoa, localizada na região sul de Ubatuba (SP), diante das transformações ambientais causadas pelas mudanças climáticas.

    Segundo os pesquisadores, a edificação que já se encontra em estágio avançado de arruinamento está ainda mais ameaçada pelas transformações ambientais previstas nos últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), como aumento da temperatura e subida do nível do mar. A água é, portanto, apontada como a principal ameaça a este patrimônio.

    O mesmo ocorre com outras ruínas do país. De acordo com o artigo, “o aumento dos regimes de chuvas, do nível do mar e das temperaturas colocam na berlinda a existência de sítios arqueológicos em diferentes partes do Brasil e, em particular, nas regiões litorâneas”.

    A Ruína da Fazenda na Praia da Lagoa fica a aproximadamente 200 metros de distância do mar e acredita-se que seja o que restou da sede de uma antiga fazenda colonial que era utilizada de forma clandestina para o desembarque ilegal e comercialização de escravos. Mas como os autores do artigo apontam, “pesquisas mais aprofundadas sobre a propriedade onde a ruína está inserida e até mesmo a confirmação de seus usos em tempos pretéritos ainda pairam no ar e demandam aprofundamento”.

    O local costuma ser visitado por turistas levados por guias de turismo de Ubatuba que realizam roteiros como a trilha das praias desertas do sul, que passa pela praia da Lagoa e outras paradisíacas da região.

    Arquivo/PMU

    Os autores mencionam no artigo que a ruína passará por processo de cadastramento para o reconhecimento enquanto sítio arqueológico no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), como parte do projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Atualmente, Ubatuba possui apenas três sítios arqueológicos cadastrados: um na ilha do Mar Virado, um no Tenório e um no Itaguá.

    Há também um processo aberto de estudo para tombamento do sítio Ruína da Fazenda na Praia da Lagoa pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

    O artigo mencionado nesta matéria, intitulado “Peixes não habitam palácios – uma análise sobre o patrimônio arqueológico histórico e as mudanças climáticas no litoral sudeste”, pode ser lido na íntegra, acessando o seguinte link: https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/article/view/41701.

    Por Renata Takahashi / Tamoios News

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