quinta-feira, 20 de junho de 2024

Obra de R$ 4,2 milhões tenta salvar ruínas do presídio da Ilha Anchieta

 

As ruínas do antigo presídio no Parque Estadual Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP), passarão por uma grande obra de contenção, conservação e restauro, com recurso destinado pela Câmara de Compensação Ambiental do Estado de São Paulo, no valor de R$ 4,2 milhões.

Segundo o edital, o conjunto arquitetônico do presídio está muito degradado e precisa do restauro visando a segurança dos turistas que por ali transitam. Um relatório da Fundação Florestal que consta como anexo na documentação da obra apontou a necessidade urgente de estabilização das ruínas para promover a salvaguarda desse patrimônio histórico cultural.

A empresa que venceu a licitação foi a Kruchin Arquitetura, que deverá realizar atividades como: remover sujeiras, remover trechos de massas, aplicar impermeabilizantes, afixar barras de aço para contenção, aplicar resina epóxi, preencher vãos maiores com graute, aplicar argamassa natural, realizar tratamento de desplacamento, tratamentos anticorrosivos de aço, fixação de peças soltas, instalação de batentes, ancoragem de barras nas alvenarias, tratamento das madeiras com recomposições, reforma das plataformas dos pavilhões, recomposição dos pisos de lajota nos pavilhões (05,06 e 08), recomposição de piso nivelado em concreto nos pavilhões (01,03 e 07), restauro e recomposição de ladrilhos hidráulicos.

Os projetos básicos de contenção, conservação e restauro das ruínas do presídio foram elaborados pela empresa Corsi Arquitetura e Construções, contratada pela Fundação Florestal para fazer os documentos técnicos que embasarão as obras. Na análise do estado de conservação, o relatório da Corsi aponta “um grau de deteriorização avançado devido à falta de manutenção”.

O presídio começou a ser construído no início do século XX, tendo Ramos de Azevedo como arquiteto responsável, e passou por reformas e intervenções ao longo dos anos. A história mais conhecida envolvendo o presídio é a da rebelião e fuga em massa de presos, que ocorreu no dia 20 de junho de 1952. O levante, considerado um fato histórico de grande repercussão, resultou na fuga de 129 presos, dos quais 108 foram recapturados, 15 mortos e seis tidos como desaparecidos. Durante a rebelião, oito soldados, dois policiais civis e três guardas do presídio foram assassinados.

Por Renata Takahashi / Tamoios News

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