Por André Nicolau
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que se espalha principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Situações de enchentes podem elevar bastante o risco de contágio.
De acordo com o Ministério da Saúde, essa infecção geralmente não causa complicações graves e pode ser tratada com medicamentos para aliviar os sintomas. Além disso, antiparasitários específicos ajudam a controlar a infecção, ainda que não eliminem o parasita por completo.
Sinais da toxoplasmose
No estágio agudo, a toxoplasmose pode provocar inchaço dos gânglios linfáticos, febre, dores musculares, cansaço intenso e perda de apetite, com duração média de um mês. Nos casos mais sérios, a doença pode atingir o cérebro, olhos e outros órgãos.
Embora muitas vezes assintomática, a toxoplasmose pode se manifestar de forma grave em bebês cujas mães contraíram a infecção durante a gravidez e em pessoas com imunidade comprometida, como portadores de HIV, transplantados e pacientes em tratamento oncológico. Manter uma boa higiene pessoal e dos alimentos e realizar um pré-natal adequado são medidas importantes para evitar essa infecção.
Um ponto essencial é desfazer o mito de que o contato com gatos é uma via direta de transmissão da toxoplasmose. Na verdade, o risco está no contato com fezes contaminadas de felinos e no consumo de água ou alimentos mal higienizados ou mal cozidos, como reforça o Ministério da Saúde.
Abaixo, algumas orientações do Ministério da Saúde para prevenir a toxoplasmose:
- Consuma sempre água tratada. Se isso não for possível, filtre ou ferva a água por cinco minutos antes de beber;
- Limpe as caixas d’água regularmente e mantenha-as bem fechadas;
- Cubra as caixas de areia das crianças para evitar que gatos a utilizem;
- Evite alimentar gatos com carne crua ou malpassada;
- Limpe a caixa de areia dos gatos diariamente (gestantes e pessoas com imunidade baixa devem evitar essa tarefa);
- Quando necessário, utilize luvas e máscara e lave bem as mãos com sabão após a limpeza;
- Aqueça cortes de carne vermelha a pelo menos 65,6°C, deixando-a descansar por 3 minutos; carne moída e caça a 71,1°C e aves a 73,9°C (o cozimento em micro-ondas não é confiável para eliminar o protozoário);
- Congele as carnes a uma temperatura de -12°;
- Lave as mãos após manipular carnes cruas e limpe superfícies e utensílios usados;
- Evite consumir leite não pasteurizado e produtos lácteos derivados dele;
- Lave bem frutas e legumes antes de consumi-los.
Leptospirose no Brasil
Em 2023, o Brasil registrou 3.128 casos confirmados de leptospirose, com 258 mortes e uma taxa de letalidade de 8,2%. As regiões Sul e Sudeste foram as mais impactadas, com 1.119 e 1.021 casos, respectivamente. A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, transmitida principalmente pelo contato com a urina de ratos infectados ou com água e lama contaminadas. Em áreas com enchentes, o risco de transmissão pode aumentar mais de dez vezes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A bactéria penetra no corpo humano pelas mucosas da boca, nariz e olhos, além de feridas ou cortes, especialmente em situações de exposição prolongada a água contaminada.
Dado que os testes para detectar a leptospirose só são eficazes uma semana após o início dos sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato ao suspeitar da infecção, para que o tratamento com antibióticos comece o mais rápido possível.
Com informações do Ministério da Saúde e do Portal do Governo.
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