Um balanço sobre o monitoramento e conservação da fauna marinha em 2024, divulgado pelo Instituto Argonauta, com sede em Ubatuba, no Litoral Norte Paulista, alertou que mais de 1.200 animais foram encontrados sem vida nas praias da região ao longo do ano passado.
Segundo o Instituto Argonauta, por meio do Projeto Monitoramento de Praias da Bacia de Santos(PMP-BS), no trecho que compreende o litoral norte paulista)São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba), em 2024 foi reforçada a ação na pesquisa e proteção da fauna marinha.
Os agentes do Instituto Argonauta, percorreram em 2024 mais de 37 mil quilômetros de praias. Foram monitoradas diariamente 130 praias; outras 12, foram monitoradas semanalmente; e outras75 praias foram monitoradas por embarcações.
No ano passado, as equipes do Instituto Argonauta realizaram 1.400 atendimentos a animais marinhos: 45% deles envolvendo répteis marinhos, como tartarugas verdes e cabeçudas; 43% dos atendimentos foram feitos as aves marinhas, como atobás e fragatas; e, 12% das ações no atendimento aos mamíferos marinhos, golfinhos e lobos-marinhos.
Segundo o Instituto Argonauta, infelizmente, nesse período, mais de 1.200 animais foram encontrados sem vida, evidenciando os desafios enfrentados pela vida marinha e a necessidade contínua de ações de conservação.
“Cada resgate, reabilitação e estudos desses animais nos traz conhecimento essencial para proteger as espécies e seus habitats”, postou o Instituto Argonauta em suas redes sociais.
O presidente do Instituto Argonauta, o oceanólogo Hugo Gallo, explicou anteriormente que as mortes desses animais marinhos, podem estar relacionadas as várias causas, entre elas, a falta de alimento, doenças e interação incidental com a pesca e até mesmo abalroamento com embarcações.
Lixo
A ingestão de lixo também tem sido uma das principais causas de morte de animais marinhos no litoral de São Paulo. Exemplos de animais mortos por lixo no litoral de São Paulo:
- Em 2023, o Instituto Gremar encontrou lixo no estômago de duas toninhas mortas na Praia do Indaiá, em Bertioga.
- Em 2017, uma tartaruga morta foi encontrada em uma praia de Caraguatatuba com resíduos plásticos no estômago.
- Em 2010, o Aquário Municipal de Santos registrou a morte de 600 animais marinhos nas praias da Baixada Santista, atribuindo o óbito ao lixo e à falta de alimentos.
- Lixo
O descarte irregular de lixo acaba chegando ao mar, seja pela chuva ou pelo rio. Entre os materiais encontrados nos animais estão plástico, redes, cordas de pesca, e até tecla de computador.
- Microplásticos
Estudos apontam a contaminação de animais e praias por microplásticos no litoral de São Paulo.
Consequências
- O número de animais marinhos que morrem em decorrência da ingestão de lixo têm crescido nos últimos anos na Baixada Santista.
- A incidência maior dos casos envolvendo lixo é nas tartarugas marinhas, principalmente, as tartarugas-verdes (Chelonia mydas).
- Impactos do lixo nos animais marinhos
- O lixo impede que os animais se movimentem adequadamente, o que pode levar à morte.
- O lixo no aparelho digestivo dificulta a assimilação de nutrientes, o que reduz a probabilidade de sobrevivência.
- Em longo prazo, o lixo pode causar o colapso de determinadas populações.
- O lixo impede que os animais se movimentem adequadamente, o que pode levar à morte.
Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos (ONG), fundada em julho de 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecida, em 2007, como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
Tem como objetivo a conservação do meio ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outros.
Em parceria com o Aquário de Ubatuba, criou e mantém o CRETA (Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos), que atua no resgate, reabilitação e reintrodução da fauna aquática nas regiões da Ilhabela, Ubatuba, Caraguá e São Sebastião.
O Instituto Argonauta é a instituição executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no litoral norte de São Paulo.
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