quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Você sabe o que é um Quilombo?

 

Por Lidi Keche via facebook

Você sabe o que é um Quilombo?
Em Ubatuba existem 4, na Caçandoca, Fazenda, Camburi e Sertão do Itamambuca.
Quilombos eram comunidades formadas por pessoas que foram escravizadas, fugidos das fazendas.
Esses lugares se transformaram em centros de resistências dos escravos negros que escapavam do trabalho forçado no Brasil.
Origem
A palavra quilombo vem do idioma banto, sendo uma referência a "guerreiro da floresta".
A primeira definição de quilombo na administração colonial ocorreu em 1740. Quem a fez foi o Conselho Ultramarino Português. Para esta instituição, o quilombo era:
"toda a habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem achem pilões neles".
Como era a Vida no Quilombo?
O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades mercantis.
Nesses locais, os negros tratavam de reviver suas tradições africanas. O melhor de tudo era que podiam voltar a ser livres, cultuar seus deuses e praticar suas danças e músicas.
No entanto, não se esqueciam dos companheiros que ficaram escravizados. Era comum ajudarem a organizar fugas nas fazendas ou economizar o dinheiro que obtinham da venda dos seus produtos para comprar a liberdade daqueles escravos.
A existência de quilombos era tamanha que se criou no Brasil uma profissão específica denominada "capitães do mato". Eram homens conhecedores das florestas contratados para recapturar os escravos fugidos.
O processo de resistência era permanente. Mesmo quando destruídos, os quilombos ressurgiam em outros locais e eram mais uma peculiaridade da sociedade escravocrata brasileira.
@escolakids
Em Ubatuba.
A região de Ubatuba, até as primeiras décadas do século XIX, contava com pequenas propriedades agrícolas de subsistência, havendo poucos escravos por propriedade, devido ao pequeno poderio financeiro de seus proprietários.
A paisagem fundiária mudou com vinda de colonos estrangeiros para a região, os quais investiram na compra de grandes lotes de terra. Trouxeram, para trabalhar nessas terras, um enorme contingente de população de origem africana.
Com o declínio da produção cafeeira, a partir da segunda metade do século XIX, muitas fazendas foram abandonadas, loteadas e vendidas. Porções de terra das fazendas foram ocupadas, ou até mesmo doadas a ex-escravos.
O litoral norte permaneceu como uma região quase isolada até a construção da rodovia BR 101 (Rio-Santos), na década de 1970. A partir daí, a situação fundiária de Ubatuba alterou-se mais uma vez, então com a entrada de grileiros e especuladores imobiliários movidos pela facilidade de acesso à região que a rodovia propiciou.
Muitas das comunidades quilombolas e caiçaras, que até então viviam com relativa autonomia, foram expulsas de suas posses ou se viram obrigadas a vendê-las.
A luta das comunidades quilombolas do litoral norte pela reconquista de suas terras esbarra numa situação fundiária bastante complexa, envolvendo disputas com grandes empresas imobiliárias.
📸 Lunara, Luis do Nascimento Ramos.
No domingo 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que aboliu formalmente a escravatura no Brasil. Este retrato foi feito após a abolição. Na imagem vemos um casal de escravizados libertos. mais de 130 anos depois, ainda vivemos num país racista e preconceituoso...

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