O Teatro Pedro Paulo Teixeira Pinto foi palco na quinta-feira, 8 de fevereiro, de um evento importante para os povos originários e comunidades tradicionais com a apresentação dos resultados do Projeto Povos.
O projeto foi realizado pelo Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), por meio da parceria entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT).
Com o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), o Projeto Povos atua nos territórios indígenas, quilombolas e caiçaras de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba.
Por meio de metodologias de cartografia social, o projeto permite que comunidades, com auxílio de profissionais, desenhem mapas detalhados de seus territórios. Esse método, utilizado por populações tradicionais, torna-se uma ferramenta na defesa dos direitos desses grupos diante de desafios como: grilagem de terras, titulação de territórios quilombolas e indígenas, regularização fundiária de áreas caiçaras, entre outros aspectos.
O caminho da construção coletiva
O Projeto Povos mapeia os territórios por meio de um processo apelidado de “chegança”, pois conta com a colaboração de pesquisadores, indígenas, caiçaras e quilombolas.
Uma das etapas é o “mapa falado”, onde as comunidades são convidadas a desenhar livremente seus territórios, revelando elementos a partir do exercício da memória. Outra etapa é a “localização no mapa”, onde é transposto o desenho para uma foto de satélite.
Outra fase é a “refletir o território”, quando é apresentada a primeira versão do mapa à comunidade, permitindo validações, correções e acréscimos. E por fim “nosso mapa”, em que a comunidade revisita o material produzido, para validá-lo coletivamente.
O Legado do Projeto Povos
Desde janeiro de 2019 até janeiro de 2024, mais de 850 comunitários participaram ativamente, resultando em 7546 elementos mapeados na cartografia social. Mais de 500 entrevistas foram realizadas, complementadas por mais de 190 oficinas de caracterização, 105 mapas falados e 135 mapas comunitários.
Essa iniciativa qualifica o licenciamento ambiental, fortalece a segurança alimentar e nutricional das comunidades. Além disso, fortalece o turismo de base comunitária, a educação diferenciada e a agroecologia.
“O Projeto Povos não é apenas uma resposta às exigências ambientais, mas uma celebração do conhecimento local e fundamental na preservação da identidade das comunidades tradicionais da Bocaina”, destaca Cristiano de Brito.
Arte, cultura e saberes
Para alegrar o dia e colocar todo mundo para dançar, houve apresentações de grupos de Fandangos Caiçara.
O Fandango Caiçara se divide em batido e bailado ou valsado, cada qual caracterizado pelos instrumentos utilizados, estrutura musical, versos e toques específicos. Nos bailes, que são os encontros dedicados a essa expressão, ocorrem trocas e diálogos entre gerações, fundamentais para preservar a memória e a prática das diversas músicas e danças. Essa manifestação musical representa uma expressão profundamente enraizada no dia a dia das comunidades caiçaras.
Fonte: Secretaria de Comunicação / PMU
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