terça-feira, 23 de abril de 2024

Toledo cobra clareza da WSL e pede para atletas baterem de frente: “Vai fazer bem para o esporte

 

Imagem globo esportes



A decisão tomada por Filipe Toledo de dar uma pausa nas competições do Circuito Mundial da WSL no início do ano está estampada no semblante do bicampeão mundial. Acompanhado da esposa, Ananda Marçal, Toledo era só sorrisos durante as entrevistas para imprensa em Madri. O brasileiro é finalista da categoria de esportes de ação do Prêmio Laureus, nesta segunda-feira, no Palácio Cibeles, na Espanha. O sportv transmite a cerimônia ao vivo, a partir das 15h.

– Agora estou podendo fazer as coisas, ficar em casa com meus filhos, a minha família, então é algo que em nenhum momento me bateu arrependimento, aproveitando cada momento. Provavelmente eu estaria na Austrália, na correria, tentando aproveitar poucos dias que eu teria com a família e não teria a oportunidade de estar vivendo algo como esse evento. Tem me trazido novas oportunidades. não só como surfista, mas como profissional. Tem sido muito bom esse ano e acho que ainda vai ser melhor – conversou sobre a nova fase durante entrevista para o ge.

Filipe Toledo abriu mão de estar no Circuito Mundial de 2024 logo na primeira etapa do Havaí, em fevereiro, para cuidar da saúde mental. Na declaração feita nas redes sociais, o paulista de Ubatuba alegou na época que os últimos anos de competição tiveram impacto negativo.

Com a oportunidade de acompanhar o campeonato mundial como espectador, Toledo comentou sobre a polêmica das notas da WSL dadas aos surfistas brasileiros e que tem gerado revolta dos fãs do surfe.

– Acho que fiz a escolha certa de tirar um ano off, ficar tranquilo e tentar “resetar” um pouco a mente pra poder enfrentar essas situações. Óbvio que o surfe é subjetivo, a gente entende tudo isso, mas eu acho que essa troca entre atletas e entidade precisa ser ainda mais clara. De fora acaba sendo um pouco mais impactante do que quando você está lá dentro. Quando você está lá dentro é algo que pega mais dentro da gente. De fora você fica “Como isso? É assim todos esses anos?”. Eu acho que é uma questão da WSL dar mais clareza para a gente e também dos atletas se posicionarem, baterem de frente, não terem medo porque vai fazer bem para o esporte e para as próximas gerações.

Medina reclama em Bells

A polêmica mais recente aconteceu com Gabriel Medina na etapa de Bells Beach, na Austrália. O tricampeão mundial liderou a bateria até os minutos finais, quando Cole Houshmand pegou uma onda pequena que lhe rendeu 7.47, nota bem acima das melhores ondas surfadas por Gabriel na bateria (7.10 e 6.67). O americano venceu por 14.27 a 13.77 e avançou às oitavas. Na entrevista após a bateria, Medina desabafou contra o julgamento.

– A gente viaja para disputar etapas e acontece isso. Foi o pior julgamento que já passei. Isso é ruim para o esporte. Precisamos falar sobre isso. Não tem como não dizer que não estou chateado, mas também tenho que parabenizar o Cole pela vitória. Errei com a minha prioridade, mas a onda que ele pegou foi uma das menores da bateria – disse Gabriel.

Paris 2024

Com a proximidade das Olimpíadas, as ondas do Taiti são o principal objetivo de 2024 para Filipe Toledo. Apesar da pausa não ter tido relação com a preparação dos Jogos, o tempo livre tem permitido mais concentração dentro d’água em busca da medalha olímpica.

– Em um primeiro momento, a Olimpíada não fez parte dessa pausa, mas isso trouxe uma tranquilidade para eu me concentrar em um só evento. No final das contas, fiquei feliz e aproveitando a oportunidade para treinar meu físico e meu mental dentro d’água. Estou muito empolgado, é uma daquelas ondas que traz “borboletas no estômago”, além de ser um lugar lindo, então acho que vai ser especial pro esporte.

Toledo lamentou não poder viver a experiência de estar dentro da Vila Olímpica, já que as competições vão acontecer na praia de Teahupo’o, na ilha do Taiti, parte do arquipélago da Polinésia Francesa, território ultramarino da França no Oceano Pacífico, a mais de 15 mil quilômetros de Paris.

– A gente não vai ter a experiência de vila olímpica, de ver os outros atletas, de poder viver isso. O surfe vai durar de 3 a 4 dias. Seria incrível poder ver os outros esportes, então quem sabe nas próximas edições olímpicas os surfistas também vão estar presentes.

Prêmio Laureus

Além de Filipe Toledo, a skatista Rayssa Leal também está concorrendo na categoria Esportes de Ação. Os concorrentes dos brasileiros são a surfista americana Caroline Marks, campeã mundial de surfe aos 21 anos; a britânica Bethany Shriever do BMX; a nova sensação do skate Arisa Trew, de apenas 14 anos, da Austrália. O Brasil venceu a última vez em 2016 na categoria melhor atleta com deficiência, com Daniel Dias (vencedor em 2009 e 2012).

O jogador de futebol argentino Lionel Messi, vencedor em 2020 e 2023 na categoria atleta do ano, concorre ao lado do tenista sérvio Novak Djokovic, dono do prêmio em 2012, 2015, 2016 e 2019, e do piloto de Fórmula 1 holandês Max Verstappen, eleito em 2022. Entre as mulheres, a ginasta americana Simone Biles, que já venceu três vezes como a categoria de melhor atleta mulher, dessa vez disputa a categoria “Retorno do ano”, por sua volta ao esporte depois de ter se afastado para cuidar da saúde mental.

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Fonte: Globo Esporte/Foto: Pablo Cuadra/Getty Images for Laureus



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