segunda-feira, 15 de julho de 2024

APOITANDO

 

Esculturas de tainhas- Flip 2011
                Neste momento uma imagem de pesca me dá saudade. Local: Ponta do Flamengo (Ubatuba). Local de tortinhasembetaras e outros peixes apropriados à nossa culinária. Conforme ia se aproximando o tempo quente (verão), as canoas começavam a se ajuntar por ali. Bastava apoitar, arriar os anzóis e logo se alegrar com a pegadeira. Que festa!
                De vez em quando alguém soltava um xingamento. Nem precisava perguntar para saber que era baiacu na linha, cortando anzol como quem corta isopor; dando prejuízo.
                Quem nunca comeu baiacu não sabe o que está perdendo. É uma das melhores carnes de pescado. O meu parente Mané Bento, cheio de manias estrambólicas, tinha um colar de dentes de baiacu. Dizia que era simpatia para ter língua afiada, com respostas imediatas para tudo. O interessante é que esta  é a imagem que eu tenho do velho Mané Bento: as respostas estavam na ponta da língua. Ele sabia um monte de palavrões e não titubeava em usá-los quando açulado. Dono de um temperamento difícil, ele terminou os seus dias no Lar Vicentino (asilo), que é uma obra católica fundada pelo frei Vitório em meados de 1970.

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