Começou a temporada de pinguins no Litoral Norte e o avistamento pode ser comum nas praias da região até o mês de setembro. Apesar da aparência fofa, o Instituto Argonauta alerta que nenhum contato deve ser feito para evitar ferir os animais. Geralmente, eles chegam na região cansados, debilitados e podem ser agressivos.
As ocorrências dos pinguins-de-magalhães por aqui acontecem quando migram das águas da Patagônia Argentina em direção ao sudeste brasileiro em busca de alimentos e águas mais quentes. Durante essa longa jornada, alguns pinguins, principalmente os jovens, acabam se perdendo da corrente marítima e chegam nas praias.
A bióloga e coordenadora do Centro de Reabilitação e Despetrolização, Carla Beatriz Barbosa explica que os pinguins não são animais polares, não vivem no gelo, e podem morrer de frio. “São animais que quando chegam na praia estão hipotérmicos e precisam ser aquecidos.
O recomendado é que as pessoas não toquem e nunca coloquem no gelo”, destaca.
A bióloga também orienta que banhistas mantenham distância para evitar estresse ou ferimentos adicionais, e não manuseie carcaças. A forma de ajudar é entrar em contato imediatamente com o Instituto Argonauta, que fará o resgate.
Carla complementa que o número de pinguins varia bastante ao longo dos anos, mas a importância da colaboração da população para o sucesso e o rápido atendimento aos animais, é fundamental.
Os pinguins
Desde maio deste ano, 43 jovens pinguins-de-magalhães chegaram às praias da região paulista, dos quais, 24 foram resgatados vivos e 19 encontrados mortos. Destes, 11 animais seguem em processo de reabilitação, na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba.
Por serem jovens em sua primeira migração, não raro eles se perdem do grupo. “Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso” explica o oceanólogo diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo Neto.
“Ainda temos os impactos causados pelo ser humano, como as mudanças climáticas, a diminuição de alimentos disponíveis na natureza. Além disso, enfrentam também riscos como a poluição marinha e ingestão de lixo, contribuindo para a mortalidade de alguns desses animais, mesmo após o resgate”, completa Gallo.
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