quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Baleia é encontra morta na costeira da Ilha Anchieta

 

Um pescador estava navegando no mar e encontrou o animal morto, boiando na água. Informações iniciais indicam que se trata da espécie baleia-de-bryde, mas uma análise mais minuciosa irá confirmar a identificação do mamífero, segundo Instituto Argonauta

No último domingo (11), a equipe do Instituto Argonauta que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), foi acionada por um pescador para atender a uma ocorrência envolvendo uma baleia morta, que estaria boiando nas imediações da Ilha Anchieta, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. As informações preliminares repassadas pelo pescador, indicavam que o animal estava inflado - o que chamou sua atenção - boiando morto na parte de trás da Ilha.

Imediatamente a equipe se deslocou para o local mencionado, mas não localizou o mamífero marinho. A equipe do Parque Estadual Ilha Anchieta (PEIA) também percorreu o entorno da Ilha, mas também não encontrou. No entanto, tão logo foi possível, na manhã do dia seguinte a equipe PMP-BS do Instituto Argonauta retornou para o mar e encontrou a baleia encalhada em um “costão”. Devido ao mau tempo desta segunda-feira, dia 12, a equipe não conseguiu se aproximar da baleia para realizar a coleta de gordura do espécime, para posterior avaliação.

O biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, que integra a equipe PMP-BS no trecho 10 pelo Instituto Argonauta, informou que uma nova ida à Ilha Anchieta acontecerá nesta terça-feira, dia 13, para que se possa realizar o procedimento de fundear e ancorar a baleia - que consiste em amarrar uma âncora na cauda do animal de modo que possa se decompor naturalmente com o tempo no ambiente marinho.

Ele ainda indica que possivelmente trata-se da espécie baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei), que também pode ser conhecida como baleia tropical, que habita os trópicos e não migra para a Antártida.

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"Para identificar a espécie, é necessário ver as três quilhas que tem acima do rostro da baleia, que ficam localizadas na parte do seu bico. Mas, como ela está inflada, a cabeça está dentro d’água, então não conseguimos ver as quilhas sem entrar com uma câmera, ou mergulhar na água para uma melhor avaliação. Ela tem todas as características de uma baleia-de-bryde, e a confirmação teremos com o acesso às três quilhas da cabeça”, observou o biólogo.

Ele ainda afirma que o lugar onde ela está encalhada é desabitado e, portanto, ninguém será afetado pela presença da baleia. “A equipe pretende ancorá-la de uma forma que ela se decomponha na costeira”, salientou. “Amanhã faremos uma nova tentativa de fazer a coleta, e de obter uma melhor identificação da espécie, se o tempo permitir, porque pode ser que entre uma frente fria”, completou.

De acordo com o biólogo, o animal fica inflado em razão dos gases da decomposição que se formam no estômago e intestino da baleia. “A baleia-de-bryde tem pregas ventrais embaixo do seu rosto, que funcionam como se fosse uma sanfona. Essas pregas permitem que o gás que está no estômago e no intestino infle a parte ventral, e ela vira uma espécie de balão, que diminui a possibilidade de que ela ‘exploda’, porque alivia a pressão interna”, explica.

A Baleia-de-Bryde é uma espécie que vive por aqui mesmo, entre a região costeira e oceânica, com ocorrência durante o ano todo, e se alimenta de peixes e de pequenos crustáceos. No verão, se aproxima um pouco mais em razão da presença de cardumes. Na região sudeste são bem comuns, e podem chegar até 16,5 metros de comprimento, mas a média do tamanho é entre 13 a 15 metros.

Sobre a causa da morte, Albaladejo afirma que será difícil determinar. “A coleta de gordura e pele será realizada para tentar fazer a identificação da espécie, mas a causa da morte é muito difícil determinar, principalmente devido ao estado de decomposição dela. Aparentemente não vimos nenhum indicativo que ela tenha tido algum contato com rede de pesca”, finaliza.

Sobre o Instituto Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.

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