quinta-feira, 11 de abril de 2024

UBATUBA E O TURISMO VALEPARAIBANO

 

Paulo Florençano, no livro da Idalina Graça, há quase meio século, escreveu:

    Foi somente a partir de 1933, após a adaptação da antiga estrada tropeira precária, porém útil e oportuníssima estrada de rodagem [Rodovia Oswaldo Cruz], que permitiu ainda que difícil e incertamente, o movimento de veículos motorizados entre Taubaté e Ubatuba, assim interligando esta última com as demais cidades brasileiras, é que um promissor surto de progresso começou, embora timidamente  a princípio, a impulsionar o velho burgo que modorrava, semi-esquecido. 

    Processava-se a redescoberta de Ubatuba! Nova gente, novas iniciativas começaram a surgir. Os visitantes eram pessoas que, entusiasmadas pelas espetaculares belezas naturais do lugar, previam-lhe promissor futuro como estância balneária importante, centro de turismo afamado...

    Reformaram-se alguns sobrados que, assim, puderam ser salvos do desaparecimento; construíram-se as primeiras casas para temporadas de férias; reabriram-se alguns estabelecimentos comerciais, e, dois de seus acolhedores hotéis - o "Felippe" e o "Ubatuba" - os principais então existentes, ambos instalados em bonitos sobrados que datavam dos tempos áureos do apogeu econômico da cidade, em junho, dezembro e janeiro ficavam lotados de turistas que acorriam de Taubaté, Pindamonhangaba, Caçapava e outras cidades valeparaibanas, ávidos de sol, praia, ar puro e suave, temperatura amena, paz e belezas naturais em profusão.

    Aí, pois, Ubatuba, exercendo todo o seu fascínio mágico, irresistível, se impôs de vez a todos aqueles que nela aportavam. E, o progresso aos poucos, porém sempre em ritmo de constante animação, finalmente retornou, motivado então  - já não mais pelo interesse financeiro, pela importância comercial do lugar, mas sim em razão de suas excepcionais atrações que a mãe natureza aqui, dadivamente apresentava: as alvinitentes praias de areias finas, a riqueza de suas florestas intactas, o encanto particular das suas ruas e praças ainda ostentando casario do passado, e, também, de modo muito especial, a tão cordial acolhida que os seus moradores, desde o simples praiano da zona rural, até a gente letrada da cidade, espontaneamente ofereciam aos visitantes.

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