Ubatuba: moradores se mobilizam em defesa dos rios

 

Foto acima, Rio Itamambuca, na região norte de Ubatuba

Por Raquel Salgado

Membros do Instituto da Árvore se reúnem nesta segunda feira com o Secretário Municipal de Meio Ambiente para discutir a implantação definitiva do Parque Linear do Rio Usina Velha. Dezenas de mudas já foram plantadas pelo IA e pelos moradores do bairro ao longo das margens do rio.

Idealizado pelo professor Rui Alves Grilo, o projeto foi apresentado em 2022. Ele prevê a preservação e/ou recuperação da mata ciliar desde a nascente deste rio, até sua desembocadura no Rio Grande, o principal da cidade, que deságua na praia de Iperoig, em pleno centro urbano.

O conjunto formado pela foz do Rio Grande, mais a Ilha dos Pescadores e o histórico Casarão do Porto – único patrimônio arquitetônico da cidade, tombado em nível nacional – é um dos mais belos cenários na orla do centro de Ubatuba.

Instituto da Árvore

Caminhada pelo parque; plantio de espécies nativas nas margens do rio, como Ingá, Copaíba e Cajamanga; distribuição de mudas, apresentação musical, palestra, roda de brincadeira com crianças, e oficina de capoeira, foram atividades que no último sábado marcaram a reinauguração da sede do IA.

Criado em 2005, inicialmente com recursos do Conselho da Criança e da Petrobrás, a sede foi agora readequada com verba do Proac para continuar recebendo escolas e moradores. O espaço contará ainda com oficina de Yôga, além da produção e distribuição de mudas nativas, e do ensino de diferentes técnicas de compostagem.

“Nosso objetivo é promover a educação ambiental e a proteção da floresta. Queremos mostrar a importância das espécies arbóreas deste nosso maravilhoso bioma, a Mata Atlântica, considerado um dos cinco patrimônios ambientais do Brasil”, diz o professor e geógrafo Elizamar Mendes Dias, presidente do IA.

“Também queremos mostrar a importância da preservação da mata ciliar. É ela que protege a qualidade das águas, evita a erosão das margens e o consequente assoreamento da calha do rio, que provoca enchentes e alagamentos “, afirma ele.

Com mais de 65 mil mudas nativas distribuídas, a maioria para recuperação de áreas degradadas, e plantio de árvores em ruas, no ano passado o IA criou, na orla da praia do Perequê -Açú, o “Bosque da Memória”, uma homenagem às vítimas do Covid.

“Nós, o terceiro setor, estamos fazendo o que o primeiro setor não faz. Mostramos para as crianças a importância da interação com a natureza”, afirma a professora Nalva Barbosa, da diretoria do IA. Segundo ela, “as crianças são nossas Árvores”.

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