Pescadores de Maranduba, em Ubatuba, enfrentam onda de ataques a embarcações que compromete a subsistência e segurança da comunidade
Nos últimos dois meses, a comunidade de pescadores do bairro Maranduba, em Ubatuba, tem sofrido com uma série de atentados que colocam em risco a subsistência dos trabalhadores locais. Até o momento, três embarcações foram incendiadas e duas afundadas de forma proposital. O caso mais recente aconteceu no sábado, 11 de janeiro, quando um barco ficou parcialmente destruído pelas chamas.
Mateus Quintino, um dos pescadores afetados, relatou que sua embarcação sofreu duas tentativas de incêndio antes de ser totalmente destruída no terceiro ataque. "Só meu barco queimaram três vezes até não ter mais condições de reforma", afirmou. Ele registrou três boletins de ocorrência, mas os ataques continuam. No segundo incidente, vizinhos conseguiram salvar o barco, que estava em reforma no local.
Mateus, que depende da pesca para seu sustento, investiu cerca de 20 mil reais na reforma do motor de sua embarcação. No entanto, sua subsistência foi severamente afetada, já que nem o motor pôde ser recuperado após o último incêndio. Ele perdeu uma quantia de aproximadamente 100 mil reais, considerando os custos com as reformas e outros gastos. Além disso, Mateus enfrenta contas a pagar e tem um filho pequeno para criar, o que agrava ainda mais sua situação. Em outro incidente, o barco de seu irmão foi afundado, e em outro caso, o pescador conseguiu chegar a tempo de evitar que sua embarcação afundasse totalmente.
Ele classifica os ataques como "maldade pura" e acredita que podem estar motivados por disputas envolvendo a associação de pescadores local ou até mesmo por interesses de especulação imobiliária.
Os crimes ocorreram na Barra dos Pescadores da Maranduba, situada na rua Benedita Luisa dos Santos, antiga estrada da Caçandoca. O local, que há gerações serve aos pescadores, recentemente recebeu auxílio da prefeitura com um trator para o reboque das embarcações. No entanto, a insegurança crescente tem gerado temor entre os pescadores, muitos dos quais dormem em seus barcos para protegê-los.
A comunidade pesqueira está preocupada não apenas com a segurança de suas embarcações, mas também com sua própria integridade física. Com a impossibilidade de trabalhar, os pescadores enfrentam dificuldades financeiras e buscam respostas para os ataques. As autoridades estão investigando os crimes, mas até o momento não há informações concretas sobre os autores dos atentados.
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