Um deslizamento ocorrido há mais de dois anos e que atingiu parte do asfalto da Estrada Vereador José Alves Barreto (também chamada de Estrada da Fortaleza), na região sul de Ubatuba, preocupa os usuários da via, que pedem à prefeitura que tome uma providência urgente. O trecho fica próximo ao quilômetro 2 da estrada, na subida entre as praias Dura e Brava do Sul. A via é o único acesso para veículos que precisam ir até as praias Vermelha do Sul, do Costa, Brava da Fortaleza e Fortaleza.
A preocupação aumenta com a chegada do período chuvoso. Moradores temem que acidentes graves aconteçam no local e até que a estrada desabe se nada for feito. Por enquanto, existe apenas um cone sinalizando o deslizamento, mas nenhuma obra foi executada.
O presidente da Associação dos Proprietários da Praia Vermelha Do Sul (APPVSUL), Pedro Carneiro, disse que a entidade já solicitou à prefeitura por meio de ofício que seja feita uma uma obra de contenção emergencial para evitar o risco de colapso. “Deveria ter uma atenção mais imediata, por conta do risco, que é iminente”, opinou Carneiro.
Membro do Conselho Fiscal da APPVSUL, Ricardo Lamenza elencou alguns problemas que podem surgir caso nada seja feito. Ele citou o possível isolamento da região, acarretando em problemas econômicos e de emprego, riscos de acidentes, impedimento da circulação de ônibus do transporte público, do caminhão da coleta de lixo, de ambulâncias, entre outros serviços básicos.
Membro da diretoria da Associação dos Moradores do Bairro da Fortaleza (AMFORT), Lucy Sousa disse que a entidade tem solicitado à prefeitura recorrentemente obras emergenciais e estruturais na estrada. “Corremos o risco de isolamento, especificamente no ponto do quilômetro dois, que já está quase interditando o fluxo”, afirmou Sousa.
Foto: José Carlos Bedollo
O morador da Praia Vermelha do Sul José Carlos Bedollo apontou que “o declive no morro abaixo, hoje com meia pista, com mais de 10 metros de altura e sem nenhuma proteção, torna-se um convite à tragédia”. Segundo ele, os moradores têm insistentemente solicitado uma obra emergencial no local, por onde transitam ônibus municipais, vans de turistas, caminhões pesados, veículos particulares, além de pedestres e ciclistas.
O casal Marco e Edna, moradores da Praia Vermelha do Sul desde 2016, reclamaram que a estrada está muito mal cuidada, que não tem sido feita manutenção preventiva, apenas manutenção depois que os buracos aparecem e feita de forma precária com materiais de segunda categoria.
O proprietário de um imóvel em obra na Praia Vermelha do Sul, João Roberto, ressaltou a falta de um projeto de drenagem e escoamento da água, que acelera a erosão do local onde ocorreu o deslizamento que atingiu a via. “Não há captação das enxurradas, então elas vão cavando a estrada, vão abrindo buraco. A água percorre a lateral da estrada e agrava essa erosão. Há risco do veículo derrapar, aquaplanar, e cair nesse buraco”, afirmou João.
Outros moradores e veranistas disseram que o local do deslizamento está ficando pior com o passar do tempo, ressaltaram que a estrada tem sido negligenciada apesar dos vários pedidos de manutenção feitos à prefeitura, que a via está em péssimo estado e muito perigosa. As reclamações não se referem apenas ao trecho do quilômetro dois, mas a toda extensão da estrada.
O que diz a Prefeitura de Ubatuba
Questionada pela reportagem sobre a situação do trecho onde ocorreu o deslizamento, a prefeitura encaminhou a seguinte nota:
“A Secretaria de Obras Públicas informa que já foi solicitado para o setor regional uma medida paliativa no local indicado o mais rápido possível. A pasta reforça que já há previsão para a realização de uma obra de recuperação da Estrada da Fortaleza, o processo licitatório estadual já foi realizado, entretanto devido ao período eleitoral, esse serviço não pode ser iniciado. Mas assim que possível, seguindo a legislação eleitoral, a ordem de serviço será dada para a execução desta obra tão importante para a região sul.”
A obra mencionada será feita em convênio com o governo do Estado. O valor orçado é de R$ 9.900.946,93 e prevê a recuperação do pavimento, melhorias na sinalização e no sistema de drenagem. Porém, a obra não inclui a recuperação do local do deslizamento. Essa informação está em um documento assinado pelo diretor de Gestão e Projetos da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, no qual ele alega que o deslizamento teria ocorrido depois do levantamento de campo e da elaboração do projeto e planilhas para a licitação. No local do deslizamento, o diretor afirma que será feita “uma sinalização de segurança, enquanto está sendo estudado um projeto de recuperação”.
Por Renata Takahashi / Portal Tamoios News
Nenhum comentário:
Postar um comentário